Bobônica é uma adjetivo utilizado para expressar uma surpresa ou caraterizar uma grande ação.
Este encontro aconteceu totalmente em preto e branco, nos deixamos ser vistos por um outro olhar, outras cores, vimos que o preto e o branco não são a ausência de cores, são a presença de todas elas.
As vezes precisamos nos rever em outras cores, porque olhar para o passado da mesma forma, é estar e permanecer em uma forma, e a forma continua não nos interessa. Estamos no processo caótico de todas as montagens, no processo de marcação, uma espécie de geometria desumana, cansa os corpos, mas sossega a mente de artistas que sonham com uma Pecadora queimada e uma obra Clariceada.
"A maior dificuldade para mim,
neste momento, é não deixar o processo cair, diferente do momento inicial da
pesquisa, onde a novidade predominava, agora estamos revendo o que antes era
novidade e canalizando todas as imagens e ações concebidas para a montagem de
um espetáculo. Tem sido uma experiência cênica com Clarice Lispector, uso aqui
a palavra cênica porque ainda não consigo encaixar o espetáculo em uma
nomenclatura de dança ou de teatro. Parece que as coisas tem corrido bem,
discursões construtivas, cenas esquematizadas (Anderson Vieira)”.
Cada um fala, mas ninguém ouve, “estamos
sozinhos com a Pecadora”. Sim, a nossa força está na solidão...
Sim, minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois
eu também sou o escuro da noite (Clarice Lispector).
Nosso espetáculo está acontecendo sem Tecnicollor “para ter algum luxo por Deus, que eu também preciso. Amém, para nós todos (Clarice Lispector)”.
Bobônica... não existe palavra
que melhor expresse o nosso processo, sem agressividade, pelo lado mais poético
desta palavra.
EM DEZEMBRO...
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