Um Tiro de Misericórdia

Levantei-me. O tiro de misericórdia. Porque estou cansada de me defender. Sou inocente. Até ingênua porque me entrego sem garantias.
(Clarice Lispector)





E nós continuamos dando nossos tiros no escuro. Em montagem com um espetáculo com uma proposta bem diferente do trabalho anterior, mais atores em cena, a grande parte realizando o seu primeiro trabalho profissional no teatro. Grandes são as expectativas e os desejos, mas sabemos que um novo espetáculo sempre é um tiro no escuro, nunca se sabe em que pontos vamos tocar, onde poderemos sensibilizar e até quem sabe transformar em uma platéia. É tudo tão incerto...



O espetáculo se passa na Granja São Geraldo, mais conhecida pelos sobreviventes como Granja dos Corações Amargurados. Todos os dias esses trabalhadores, sacrificavam sua devoção e fé ao seu instrumento de trabalho: O Ovo. Sem nenhum caos e com toda a harmonia capitalisla presente nas grandes industrias comerciais. Até que eles se deparam com uma nova forma de observar este ovo, eis que o mesmo muda o sentido de trabalho desses "Granjeiros" que descobrem o segredo do ovo, e agora precisam trabalhar para não revelar o que tanto assusta a humanidade. De Granjeiros eles passam a ser Agentes Secretos e não podem mas ser chamados pelo nome próprio, apenas por um código de agentes secretos. Eram 25 trabalhadores, do 001 ao 025, e agora apenas 15 continuam resistindo ao segredo do ovo. Até onde iremos? O Ovo é Branco mesmo?


Não ha algo que eu não goste no processo, apenas tenho dificuldade de entender alguns pontos da história.
(Agente 008)


 "Acho até que essa granja que estamos criando está sendo um universo psicodélico, um universo sinestésico, uma granja incomum, onde os pensamentos mais profundos da alma, perante uma vida monótona e repetitiva, são revelados com audácia e revolta em cada cena.. penso que todos nessa granja têm segredos e mágoas, impossibilitados de se defenderem desses males, procuram em pensamentos vagos um sentido pra vida. A vida para eles é vazia"
(Agente 016)



Achei que ela morre muito facilmente, ela não lutou muito pela vida, uma coisa que é do nosso extinto e que não temos controle é lutar pela vida quando se está morrendo, é natural do corpo.
(Agente 024)



A dança proporcionou um momento relaxante, individual e conhecimento pessoal extraindo assim movimentos que foram usados na construção da cena do agente 006. A construção da cena do agente 005 se deu de maneira compartilhada e uma vez experimentada surgiu a possibilidade de recolocação da cena.
(Agente 019)



Mais um tiro no escuro. E acertamos no alvo: Apresentamos nosso espetáculo Espectro no Teatro de Arena, pela primeira vez com uma produção independente de edital, mas com o apoio do Teatro Deodoro. Tivemos um público lindo e algumas novidades em nosso espetáculo. A projeção digital, nessa apresentação foi uma delas. Agora iremos modificar, fortalecer e investir em novas ideias para o espetáculo. Não se preocupe com nos assistir mais de uma vez, mesmice não entra em nosso vocabulário. Nova apresentação: Novo espetáculo.

Abaixo seguem algumas fotos toradas de nosso ensaio geral no Teatro De Arena, por Jorge Barbosa, do site Alagoas Boreal:






Muito obrigado á todos os presentes na nossa apresentação. E em breve voltaremos com a apresentação dos dois espetáculo.

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