C2aricena: Dois anos de projeto

Muito bem, chega de tristeza. Nós como um projeto que visava menos de um ano de existência estamos rindo da vida. Nós somos membros de um projeto frágil, pequeno, que não movimenta grandemente a cena alagoana, que não cumpre com as demandas sociais que deveria, que não possui força acadêmica e que não conquista tantos editais.

Ensaio fotográfico para o espetáculo Adeus, Clarice! (foto: W. Anunciação)

Mas, somos um projeto que não precisou apresentar espetáculo com textos comerciais, para agradar escolas e crianças que assistiriam em cena o que assistiriam em um dvd. Conseguimos agregar inexperientes, começando pelo diretor dos espetáculos, que acreditaram em uma ideia e levam o nome do teatro nos pés descalços. Agradecemos aos que nos acompanham e apoiam nosso fazer artístico! Não nos colocamos como bons, mas como coerentes, até aqui, com uma arte verdadeira sem estratégias e com o apoio voluntário e mágico de fotógrafos renomados e muito inspiradores. 

Ensaio Fotográfico Adeus, Clarice! (Foto: W. Anunciação)

Gratidão, aos que nos mantiveram até aqui, conosco, e que assistem as cena que intitulamos "espetáculo", mesmo sabendo que o que fazemos é muito pequeno. Porque humildade é o nosso objetivo com o nosso teatro "de Clarice". 

Ensaio fotográfico Adeus. Clarice! (Foto: W. Anunciação)

Todo grupo, projeto, coletivo e trupes possuem problemas, e os nossos estão demostrados na própria cena. Espetáculos fragmentados, as vezes complexo, com pessoas imaturas. Mas toda essa fragilidade é humana e sincera, não somos bons, mas acima de tudo fizemos durante esses dois anos arte! E para isso não precisamos de avaliação acadêmica, apenas de uma satisfação individual artística. Dos que não precisam gritar, para mostrar emoção, dos que não ficam pelados, para mostrar entrega, dos que não usam maquiagem para demostrar beleza, dos que não fazem teatro para ir para um outro lugar (seja a rede globo ou qualquer outro lugar). Fazemos e fizemos porque queríamos fazer... E continuaremos fazendo.

Sobre o novo espetáculo... 

 Imaginar uma flor sempre parada, estagnada no seu mundo minúsculo de paisagem onde somente os instantes se fazem diferente, soa um tanto cruel para minha limitação mental antropológica. Como nunca fui uma flor, não sei como deve ser sê-la.Talvez agora, com esse espetáculo, um novo estágio de reflexão recaia sobre mim. Não sei.

(Bruna Santos)

A imaginação foi o principal elemento naquele momento, é o que atiça a vontade de viver um outro mundo.

(Jamerson Soares)

Os ensaios estão fluindo, em geral os atores chegam no horário, sabem quando e o que fazer, mas precisamos deixar os movimentos orgânicos.

(Bruno Leon)

Resultado do ensaio fotográfico Adeus, Clarice! (Foto: W. Anunciação)

Maravilhosos esses exercícios que trazem um pouco da exaustão e concentração. Achando ótimo pro meu condicionamento físico.

(Suane Monteiro)

Começou com a gente aprendendo uma dança por etapas, fizemos muito isso, com várias músicas e trocamos de parceiro várias vezes. E essa dança é de baile e ela é muito divertida e elegante. Fizemos também a cena do Alecrim dourado em que tem uma sequencia de movimentos. A cena do Haida também sem mudanças.

(Victor Satti)

Apesar do pronunciamento do fim do projeto em Alagoas, muitas coisas boas estão por vir até julho, contamos com o retorno de vocês, inacabados e complexos, sem estudos acadêmicos, feirante, trabalhador, camelô... Pois vocês são o reflexo de nossas obras. Somos batalhadores e não tão reconhecidos, mas felizes com nossa honestidade. Viva os 2 anos de Projeto Claricena em Maceió. Rumo a outros lugares,,, 

Ensaio Fotográfico Granja dos Corações Amargurados (Foto: W. Anunciação)