Senhoras e Senhores

             Senhoras e Senhores, respeitável público! Venho-lhes informar que minha saída de Alagoas é breve, e daqui só levarei saudade, desgosto e muitos outros sentimentos valiosos; vivi sinestesia em Maceió, principalmente no seu teatro. Alagoas me provocou o impulso em trabalhos artísticos, projetos teatrais, mas o fomento à cultura e às artes pelos governantes não está sendo instigado.
                          Em breve, tradução em inglês no fim da postagem.
                       (Soon, English translation at the end of the post).

         Foto: Nyrium

            Vi com meus próprios olhos a capacidade e a ousadia de tantos atores, diretores, companhias para tentar alavancar o gosto pelo teatro no público. Creio que, o artista, deve ter um resultado do tanto esforço que teve, mas também tem que ser reconhecido pelo resultado alcançado.

  Foto: Nyrium

          Digo que cansei. Cansei de trabalhar praticamente em vão. Grande parte das pessoas não quer ir ao teatro. Não quero impor nada a ninguém, apenas quero que apreciem mais a simplicidade das coisas, porque o teatro possibilita isso, o simples de tudo, o coletivo, a sociabilidade. Fico impressionado  porque a maioria dos estudantes de teatro não o consomem, não vão ao teatro, não prestigiam os colegas de trabalho. E tenha certeza: ir ao teatro e assistir a espetáculos ajuda na construção do nosso conhecimento, é uma troca mútua. E quando disse a palavra desgosto me referi ao Teatro Alagoano que, por muitas vezes, não supriu todos os meus desejos, metas e sonhos. Não quero aplausos, apenas respeito e valorização. O teatro é feito por pessoas, pessoas que fazem acontecer; mas o que é acontecer? Não adianta uma classe se envolver mais que a outra, todas têm que se entrelaçar em prol de algo.


                                                                         Foto: Nyrium

          Arte é vida. É aprender a sair do escuro da ignorância. É ver e entender como me enxergo sendo representado: porque o teatro também imita a vida. Sem alongas, deixo no meu coração, mente e alma, todas as marcas que Alagoas criou em mim, tanto marcas que sangram, quanto marcas que me vibram e excitam. Quero respirar o ar de um novo lar, de novas metas, sonhos, porque os ares daqui já absorvi com apreço e chegou a hora de soltá-lo  para inspirar o novo, agora, em outras terras. Não me desfaço das amizades e amores que construí; absorverei suficientemente: palavras, sons, gostos, dores, pensamentos e ideias, sentimentos e o que se chama felicidade.

  Foto: Nyrium

         Espero que a luta por um teatro aberto para todos continue por aqui, porque a minha contribuição já dei e me orgulho disso. Não estou desistindo, apenas dando mais um passo e uma oportunidade para meu trabalho tocar mais gente e essa essência de união ser compartilhada.

Que a vida imite também o teatro. E com verdade.
Porque o teatro possibilita mudanças em todos os sentidos!

Avante!

*Esse texto está editado e é uma carta feita como protocolo de um ensaio, tendo como tema: "Despedida ao Teatro Alagoano". As fotos são do espetáculo "Adeus, Clarice!".

Texto: Anônimo                       
Fotos: Nyrium                         
Revisão: Maiara Padilha         
                                                                                                 
       
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  Foto: Nyrium

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