SOBREVIVER - tributo aos 100 anos de Clarice Lispector

Sobreviver é a salvação pois parece que viver não existe.

E em tempos tão caóticos nós concretizamos mais uma obra nossa. Desta vez um experimento audiovisual inspirado em Clarice Lispector.

O nosso próximo projeto trata-se de uma pesquisa que será exibida em nossa conta do instagram (@grupoclaricena) a partir do mes de dezembro. 

Abaixo, segue um relato de uma série de publicações textuais que faremos sobre nossos processos criativos, no nosso blog. Como já é de costume. A primeira autora é uma das intérpretes que estará presente em nossa webserie. Clecí Nascimento, da cidade de Maceió-AL.





"Quando estava pensando nos diversos tipos de encarceramento social e suas consequências para as pessoas que enfrentam essas situações em seu cotidiano, assunto que pretendia abordar em minha criação artística, me veio à mente a fortaleza dessas pessoas e a busca incessante delas para dar continuidade às suas existências e além disso, conquistar uma vida melhor apesar de todas as dificuldades, e a partir dessas reflexões cheguei à conclusão de que seria interessante abordar esse assunto em meu trabalho. Com o passar do tempo fui amadurecendo essa ideia, e decidi que iria abordar um pouco sobre a realidade das pessoas que viviam nas periferias e dar ênfase na resistência dessas pessoas que durante anos enfrentam diversas privações em seu cotidiano. Em seguida, reconheci a importância de focar em uma realidade específica, e a da orla lagunar foi escolhida, com o objetivo de tornar visível a fortaleza dos indivíduos que moram e trabalham nas margens da Lagoa Mundaú. Confesso que no início não tinha ideia por onde começar e como desenvolver o assunto abordado. Porém fui desenvolvendo a pesquisa por etapas, com foco e persistência. Aos poucos, o meu trabalho artístico foi ganhando corpo. 

A primeira etapa foi a de assistir o curta-metragem “Andrômeda – A Menina que Fumava Sabão”, de autoria de Carlos Magno Rodrigues, ano 2009, para me inspirar na composição das cenas. Na 2ª etapa, elaborei um cronograma e fui à campo, para realizar algumas filmagens de quase tudo que está presente na orla lagunar, da beleza ao caos, para que o telespectador compreendesse de que contexto estava falando, qual era a realidade da comunidade pesquisada. A terceira etapa, foi registrar por meio de filmagens com duração de 1 minuto cada, as etapas de preparação do Sururu antes de ser comercializado pelos próprios marisqueiros e marisqueiras. 




A construção dessa obra me possibilitou novas experiências e aprendizados, como conhecer de perto uma realidade distante da minha, vivenciar momentos que nunca vivi antes, o que para mim teve um grande significado. Além disso, passar por esta experiência, me despertou o interesse de num futuro próximo, dar continuidade a essa pesquisa, abordando outros aspectos que nesse momento não foi possível abordar, pela escassez de tempo. 

Por fim, ressalto a relevância de ter assistido o curta-metragem “Andromeda – A Menina que Fumava Sabão”, que me serviu de referência, de ter sido orientada e acompanhada pelo diretor do grupo Claricena, Anderson Vieira e, pela produtora Suane Padilha, durante todo o meu processo de criação e por último de ter ido à campo, produzir os registros que compõem meu trabalho, que me deram embasamento e segurança para a elaboração da minha composição coreográfica, pois esta foi construída a partir de experiências, caminho que acredito ser mais viável para a construção de uma performance, por fornecer informações e outros elementos, que dão consistência, segurança e autonomia ao intérprete – criador para desenvolver a sua obra de Arte.





Em breve, também teremos um experimento via. Whatsapp inspirado na obra teatral da mesma autora, por enquanto pedimos que fiquemos em casa e conectados, pois nosso grupo está dando um jeito de levar a nossa obra, com muito carinho para o seu lar...


Obrigado por nós acompanhar até aqui... A equipe CLARIcena agradece o carinho e deseja um caloroso até breve...


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