Como Nasceram as Estrelas (A Hora da Estrela)

"Estamos no mês de junho, as fogueiras de São 
João se acendem, balões sobem, já há friozinho e 
aconchego. Dá para comer batata-doce à meia-noite 
com café tinindo de quente." 
(Clarice Lispector - Como Nasceram as Estrelas)



Primeiro dia de encontro de junho e a hora de sermos estrelas se aproxima. Estrela aqui não é fama, estrela aqui é sobrevivência. Estamos vivenciando o momento da gestação de uma obra artística e muito ansiamos pelo seu nascimento. "A hora da estrela vai chegar". Estamos cumprindo uma etapa de investigação do corpo do coro de anjos, do texto A Pecadora Queimada e os Anjos Harmoniosos da Clarice. 
Desta vez reunimos tudo o que já havíamos feito e construímos cenas: Ela que se arranje (A Hora da estrela) e Saída Discreta Pela Porta dos Fundos (A Hora da Estrela), cenas nomeadas com títulos do livro A Hora da Estrela.










"A CULPA É MINHA 
OU
 A HORA DA ESTRELA
 OU
 ELA QUE SE ARRANJE
 OU
 O DIREITO AO GRITO 

QUANTO AO FUTURO
 OU
 LAMENTO DE UM BLUE
 OU
 ELA NÃO SABE GRITAR
 OU
 ASSOVIO AO VENTO ESCURO
 OU
 EU NÃO POSSO FAZER NADA
 OU
 REGISTRO DOS FATOS ANTECEDENTES
 OU
 HISTÓRIA LACRIMOGÊNICA DE CORDEL
 OU
 SAÍDA DISCRETA PELA PORTA DOS FUNDOS "
(Clarice Lispector - A Hora da Estrela)



Vamos Pensar Um Pouco: "Músicla"



Esta semana algo que muito marcou foi a música (músicla). Musica que escutamos todos os dias, músicas que nos remetem ao Claricena, músicas que existem por si só, são músicas... Hoje o Vamos Pensar Um Pouco é totalmente musical. Peço que quando escutar essas músicas tire o fone do ouvido e apoie levemente a mão na saída de som, sinta a vibração.
Todas essas músicas descrevem bem o que estamos vivenciando, não se trata apenas de suas letras, mas da melodia, da sua vibração... 

Canção Agalopada - Zé Ramalho:

Indicação: Anderson Vieira


Graça Divina - Caetano Veloso:

Indicação: Rayane Wise

Angel - Sarah Mclachlan:

Indicação: Jailsom Natividade


Que o Deus Venha - Barã Vermelho
Musica inspirada no livro Água Viva de Clarice Lispector


Clarice - Caetano Veloso:


*Caso você que nos tenha alguma indicação musical sobre o que estamos vivenciando estamos aceitando sugestões.

Como uma bela canção: Sem ritmo

Tudo muito poético, uma música permeia em nossas cabeças. Compomos cenas com todo o material utilizado. Tudo muito complexo, como em uma partitura musical, milhões de signos prestes a serem interpretados, aos poucos todas as interpretações (descobertas) chegam em nossos corpos.

 Tudo inspira, e a gente respira.
 Um ao lado do outro.
Sem fazer barulho.
Procurando música.
Nenhum barulho.
Inspira pelo nariz e solta pela boca.
E a gente respira...

Montar um espetáculo que se propõe a representar a vida!:
Esta foi uma das nossas discussões no final do encontro do dia 07 de junho. Uma história com começo, meio e fim, repleta de desencadeamentos, ornamentada com signos que signifiquem tudo que está ali presente: Não queremos isso. Porque? Porque a vida não é assim. A vida deve ser representada, por nós, no seu sentido mais verdadeiro, fragmentada, repleta de acontecimentos paralelos, que muitas vezes nem se justificam, só existem.
Vivenciar Clarice e levar suas palavras para o palco com toda uma beleza e unidade estética justificada não nos interessa, porque para nós: ela não é assim. Queremos as palavras desconexas, quem sabe até inseguras, o importante é que sejamos nós, sem mentiras, de portar abertas, porque nós e ela somos assim.



"Tinha que existir uma pintura totalmente livre da dependência da figura - o objeto - que, como a música, não ilustra coisa alguma, não conta uma história e não lança um mito. Tal pintura contenta-se em evocar os reinos incomunicáveis do espírito, onde o sonho se torna pensamento, onde o traço se torna existência". Michel Seupho - A Hora da Estrela (Prefácio)



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