Porque parece que as coisas nunca estão prontas quando apresentadas e os ensaios precisam ser levados como uma apresentação? Mas aqui estamos falando do teatro "ao vivo". Mas como explicar a fotografia? Como falar do estante exato escolhido pelo fotografo para registrar um ato? Parece que neste ensaio tivemos um ato de aleluia registrado, porque toda a sala sufocante se transformou em um ato libertador, através dos olhos de Nyrium e das lentes da câmera. Me questiono se o termo fotografia representa uma foto em movimento, acho que para essas fotos precisamos de um outro termo. Não se trata de uma exaltação ao fotografo mas uma percepção de que, essas imagens ultrapassaram o ato de registro do grupo. Porque ao vê-las não apenas recordamos o que foi experimentado em uma sala preta, mas é mostrado para os atores como eles realizaram essa experiência, porque eles estavam presentes mas não viram como as coisas aconteceram, e mesmo eu, que estava de olhos abertos, me perdi ao ver tantas imagens de lugares tão distantes, mas que existem dentro de nós, esse lugar distante eu chamaria de inspiração. Como chamaria essas fotos? Fotispiração ou simplesmente uma "piração"!
As coisas grandes e os termos muito complexos não satisfazem a descrição do que tivemos neste momento. Porque o encontro do fotografo Nyrium com os que estavam ensaiando na escuridão só poderiam ser nomeados com o título desta postagem. Porque acho que no fundo, apesar de estarmos em uma pesquisa acadêmica e pronunciando palavras de uma escritora tão respeitada, entramos em um momento de piração. Porque ao olhar essas fotos o ensaio permanece, e se modifica e isso não é normal.
Acredito que essas fotografias nos permitem ver um ensaio pela mesma ótica, uma ótica poética e com uma tela de poeira. Pois parece que a limpeza não existe, o que é limpo leva a morte, é por isso que Nyrium está permanentemente nos empoeirando nas suas lentes. Ser um fotografo é isso: trazer o detalhe belo de ações constrangidas.
Em breve realizaremos a postagem de mais momentos "pirados" deste ensaio.
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