BRUXOS /\


          Fazer teatro, fazer teatro de verdade é completamente mágico. As ações em cena saem de dentro de nós e parecem ter sido criadas por desconhecidos, e não por nós mesmos... Tudo isso tem sido completamente mágico, e sabe por quê? Vou te contar um segredo: no Claricena não existe atores, mas sim, bruxos.

Foto: Washingtom D'Anunciação

          Não temos usado a palavra mágica, para não termos que assumir uma contextura de ódio e de vingança, mas agora podemos entender que somos bruxos por fazer mágica. E acreditem, descobrimos que nossa bruxaria consiste em amor a Clarice Lispector e ao Palco Teatral. Em nossos ensaios houve magia, e alguma coisa nos levava para um mundo sobre-humano em nossos espetáculos. Quando em um ensaio você sair com uma música na cabeça, acredite, ali houve magia. Mas não se assuste quando falo que não somos atores e uso a palavra "bruxos". É que o teatro foi sucumbindo por essa energia que, tem transformado nossos ensaios, em uma carga de emoção inexplicável, e, o que não se explica, nos leva novamente ao que não existe, ao celestial.

Foto: Washingtom D'Anunciação

           Como perceber se você é bruxo também? Bom, tem coisa que não se entende e não se explica, já começamos desta forma. Ou não se explica porque é chato ou porque existem forças internas e invisíveis que não te deixam agir com um olhar de entendimento sobre elas. Fazer teatro, e acreditar que cada ensaio é um espetáculo, é um indício de forças ocultas. Enfrentar o público como seu primeiro encontro amoroso, também é um indício forte, mas existe um que pode te dar o laudo completo de bruxo: é acreditar no que está fazendo, arrepiar-se e emocionar-se com palavras que nem você mesmo entende quando estão sendo ditas. Talvez você deixe de ser ator e torne-se um bruxo quando perceber isso! Mas, às vezes, a gente nem percebe que tem tal poder e já espalha magia por aí.

Foto: Washingtom D'Anunciação

          Já realizamos neste projeto, um ritual de uma mulher que seria queimada em praça pública para consumir seus pecados, com a presença de anjos, sacerdote, marido, amante, e guardas de um Senhor que até hoje não entendemos de onde ele é. Também revelamos, ou quase, o segredo do ovo, mas no fim renegamos como forma de tê-lo visto, em uma granja repleta de trabalhadores amargurados. E agora? Qual a força do bem oculta que nos move neste terceiro espetáculo? Flores. Isso mesmo, flores em um jardim, que trazem histórias tão humanas, que podemos sentir o perfume do amor, da solidão e da saudade.

Foto: Washingtom D'Anunciação

         As atividades, ou a bruxaria, para melhor dizer, do Projeto Claricena, não está acabando por completa, o que estamos finalizando são as atividades no estado de Alagoas, mais especificamente na cidade de Maceió. Independência ou Morte! Outros espetáculos virão e existe a possibilidade de um retorno, mas, por enquanto, tudo tem sido mantido em segredo. O que podemos afirmar é que a tentativa de erradicar este projeto como um fruto ou filho "alagoano" se encerra por aqui. Porque aqui, poucos acreditam nessa mágica, mas lê baixinho esse segredo: nossa simpatia foi forte e vai durar por muito tempo, no coração de todos os que ensaiaram conosco e que nos assistiram. Em breve, estaremos apresentando projetos paralelos e teremos uma nova montagem, o que se encerra é a tentativa de se tornar um Grupo Alagoano. 

Foto: Washingtom D'Anunciação

          O que eu posso fazer, neste momento, é um simples convite. Para assistir uma bela história simples, que transborda nos olhos porque preenche o coração. E sim. Deus existe! Sentimos que não nos movemos sem senti-lo, mas não o Deus humanizado. As pessoas erram ao humanizar Deus, sintam o que um Deus pode fazer com vocês. Um dia, quando tiverem mais tempo, e se assistirem o espetáculo "Adeus, Clarice!", a Orquídea vos explicará de como ela se move dentro de Deus, porque qualquer um pode ser Deus, basta querer. Ser Deus é sentir esse estado de transfiguração. Será que quando interpretamos no palco sentimos/somos Deus?

Foto: Washingtom D'Anunciação

           Agora, vou te dizer que mágico também é ter suas bruxaras visíveis, mesmo depois de ter acontecido. No Claricena, chamamos de registro de magia; no mundo humano, chama-se fotografia. Nossos ensaios e apresentações foram agraciados por pertencentes a este ritual, e agradecemos imensamente por nos permitirem o compartilhamento destes momentos, através da "fotomagia". Sintam-se todos ILUMINADOS. As fotos a seguir são de Washingtom D'Anunciação e, em breve, teremos fotomagias de um outro bruxo: Nyrium.

          Dias 5 e 6 de agosto, no Teatro de Arena, apresentamos o espetáculo Adeus, Clarice! Até lá.


Texto: Anderson Vieira                  
Revisão: Maiara Padilha               
Fotos: Washingtom D'Anunciação

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Foto: Washingtom D'Anunciação

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Foto: Washingtom D'Anunciação

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Foto: Washingtom D'Anunciação

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